segunda-feira, 19 de abril de 2010

A liderança que constrói pessoas



Vivemos em uma nova era corporativa e os preceitos arcaicos aplicados na hora de gerir projetos e pessoas são águas passadas. Hoje, mais do que nunca, as empresas precisam de líderes e gerentes inovadores, criativos, mas acima de tudo servidores e participativos. É completamente medieval e nada funcional aquele modelo de líder que toma uma postura pseudo-divina, como se fosse um deus dentro de sua própria empresa. O “chefe-deus” é inatingível, inacessível e com o poder sobrenatural de resolver qualquer coisa num piscar de olhos, mesmo estando completamente longe do problema. É um papel ilusório que está fora de nossa realidade. O gestor moderno de sucesso nunca poderia adotar a postura de um deus, mas sim, a postura de Jesus Cristo.

Imagine que Jesus foi tão bem sucedido, que foi capaz de gerenciar uma equipe de doze pessoas complicadas, conseguindo motivá-las, treiná-las para que cumprissem sua missão com sucesso após sair de cena. Na época de Jesus, profetas e ditos messias apareciam e desapareciam com uma velocidade impressionante, sem deixar rastros marcantes na História. Fato é que mais de dois mil anos depois da morte de Jesus, o cristianismo ainda faz parte da vida de milhares de pessoas pelo mundo afora. Não é um case de sucesso?

Cristo é um modelo de liderança baseado em valores humanos fundamentais que fazem a diferença na hora de gerir pessoas e projetos: cooperação, boa vontade e, por que não, amor. Um líder deve construir, e não destruir; dar apoio e fortalecer, não dominar. São estes os preceitos básicos que um líder moderno deve seguir. Tendo isso em mente, traçamos os perfis que podem construir pessoas.

O Líder Participativo
Para ser efetivamente participativo, é preciso se fazer presente, participar do dia-a-dia colocando a mão na massa. Não vale mais ficar inerte, sentado atrás de uma mesa esperando o gerenciamento sair. Para dar certo, um plano deve ser formatado e acompanhado de perto. Você faz parte do time. Para isso é importante cultivar um relacionamento de igual para igual com sua equipe. Quebre o mito do “chefe-deus”, porque muitas vezes é uma idéia que não parte do líder, mas sim da própria equipe. Existe o senso comum entre as pessoas que faz com que enxerguem uma imagem distorcida de um líder “inatingível, inacessível e com o poder sobrenatural de resolver qualquer coisa num piscar de olhos, mesmo estando completamente longe do problema”. Prove que isso é balela.

O Líder Servidor
Servir significa apoiar permanentemente sua equipe para a conclusão de todas as ações envolvidas no plano. Estamos todos no mesmo barco, trabalhando pelo mesmo objetivo. Compartilhe seus conhecimentos, dê suporte, dê idéias, dê seu sangue.

O Líder Humano
Por conta da natureza humana, somos todos suscetíveis a erros, até quando estamos no caminho certo. Reconhecer e encarar as próprias falhas e pontos fracos é sinal de virtude. Por melhor que seja um líder – ele pode e vai errar. Até Cristo, por exemplo, escolheu a Judas, que o traiu. Isso mostra que os melhores também podem cometer erros de percurso. Um líder não deve se culpar demais por suas falhas, mas se fortalecer sempre que aprende uma lição.

Ninguém é perfeito
Ao trabalhar com pessoas, nem sempre as coisas saem como o esperado. O ser humano é instável e pode tomar atitudes imprevisíveis, podendo colocar tudo a perder se o líder não contar com essa instabilidade humana. Pessoas não são robôs, cada qual tem sua personalidade, ritmo e temperamento. Nada é programado. O segredo é conviver com as diferenças para fazer o resultado acontecer. Conhecer sua equipe a fundo é vital para saber como trabalhar com ela de forma saudável e produtiva. Aja totalmente baseado no perfil de seu grupo, enxergando e aproveitando o que cada um tem de melhor e considerando seus pontos fracos.

JC, CEO
Para se aprofundar mais sobre esse paralelo entre o líder corporativo e Jesus, recomendo o livro “Jesus Cristo, o maior líder que já existiu”, da Editora Sextante (cujo título original é bem mais criativo e pertinente: “Jesus, CEO”). Ao constatar que muitas organizações estavam desperdiçando a energia e a inteligência de seus colaboradores por causa do autoritarismo, da negligência e da falta de visão dos superiores, a consultora americana Laurie Beth Jones define, a partir do perfil de Cristo, três pilares fundamentais que baseiam sua postura como líder de sucesso: a força do autodomínio, a força da ação e a força das relações. Muito interessante. Fica aí a dica!

Mesmo depois de dois mil anos, esse é o perfil do líder moderno e atual, afinal, bons exemplos são atemporais. Os melhores líderes, do passado e de nosso tempo são líderes fulltime, líderes constantes, que não param nunca, mesmo estando sob um teto de adversidades. Continue, continue sempre.

Rogério Lipper


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