segunda-feira, 19 de abril de 2010

Os obstáculos na comunicação


O artigo de Max Gehringer apresenta, de forma cômica, uma mensagem de voz da direção geral para todos os funcionários de uma empresa, com instruções a serem seguidas diante do fato de que o mundo acabará na próxima sexta-feira. Na mensagem, o interlocutor passa informações absurdas de como os colaboradores deverão agir em diversas situações antes do fim do mundo: não manifestar pânico nos corredores, estar presente no dia da catástrofe se não estiver com o trabalho em dia, entre outras barbaridades. Ao final da mensagem o interlocutor diz o lema que norteia a empresa: o ser humano em primeiro lugar.

As falhas na comuniação terminam com casamentos, demitem pessoas e acabam com antigas amizades.

O ser humano tem cinco tendências naturais que, se não forem administradas corretamente, tornam-se obstáculos à comunicação:

1) Nossa propensão a atentar mais para o lado negativo das coisas, discordando dos outros para nos afrimarmos, minimizando e desqualificando: a crítica negativa;

2) Só queremos aceitar aquilo que já conhecemos e rejeitar tudo o que for novo, nossa resitência a sair de nossa "zona de conforto" - a falta de abertura, o fato de só querermos confirmar o que achamos que já sabemos, sem considerar outras possibilidades;

3) Nossa outra tendência em culpar os outros pelo que nos acontece, por incapacidade de lidarmos com a sua rejeição - a justificativa, dada antes de alguém pedir uma explicação, como defesa a um suposto ataque que nos fizeram.

4) A generalização, que ocorre toda vez que, com base em apenas poucas observações, concluímos que um determinado comportamento de alguém é o que acontece sempre, faz parte de sua personalidade. As pessoas não são o que fazem. O feedback deve ser do comportamento e não da identidade. Id não é passível de mudança e a pessoa pode assumir negativamente: eu sou desastrada.

5) Interromper os outros, achando que já sabemos o que irão falar. A maioria das vezes perdemos uma grande chance de aprender algo, pois o outro iria dizer alguma coisa e acaba inibido e sem dizer o que gostaria.

Muitas pessoas se aliviam emocionalmente apenas pelo fato de conseguir falar o que sente, de ser ouvido.

Sabendo que podemos controlar o uso dessas tendências, e querendo fazê-lo, damos o primeiro passo para a melhoria de nossa comunicação, a ampliação de nossa capacidade de escutar.

Conforme Peter Drucker, "O mais importante na comunicação é prestar atenção ao que não está sendo dito."

Precisamos ser capazes de ter coerência entre os tipos de comunicação, alinhando a linguagem verbal à não verbal. É este o segredo dos grandes comunicadores para ganhar credibilidade e fazer com que os menos de 10% se tornem 100%.

A comunicação não é um processo tão racional quanto se gostaria: o papel das emoções desempenha papel fundamental, atuando de infinitas maneiras sutis, como lentes perceptuais que alteram o conteúdo em questão agregando fatoresvia conceitos, preconceitos através de um revival de momentos anteriores, ou ainda por perigosíssimas generalizações, racionalizações, e até distorções e dissonâncias, tornando a comuniação uma bomba de efeitos cumulativos.

Quando uma pessoa não entendeu o que você disse, tente explicar de outra maneira e sem alterar o tom de voz. E nunca se esqueça, os seus fracassos trazem aprendizado aos seus inimigos, para você, apenas se tiver a percepção.

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