segunda-feira, 13 de junho de 2011

Evacuação

Quando nascem nossas crianças iniciam uma série de cuidados e atenção e uma delas é com o intestino do bebê. O que ele come, como e quando ele evacua, de que cor, aspecto, cheiro e etc. Basta essa criança sair da primeira infância para esta preocupação se findar.
Nosso intestino possui aproximadamente 7 metros de um tubo com dobras e vilosidades com a função de absorção dos nutrientes alimentares. Porém há uns 20 anos atrás, algumas pessoas se submeteram à cirurgia para emagrecimento, retirando parte deste importante órgão e muitas delas faleceram anos depois por causas desconhecidas, trazendo para a ciência um alerta.
A partir de então os cientistas iniciaram pesquisas e têm sugerido uma definição tripartite do cérebro, não sendo mais somente córtex, bulbo e mesencéfalo ou Yin, Yang e equilíbrio, mas cabeça, coração e intestino.
O intestino, muito chamado hoje de “cérebro desconhecido” ou “segundo cérebro” tem sido constantemente estudado por médicos e especialistas, devido às últimas pesquisas demonstrarem que grande parte de nossas defesas imunológicas, muitas substâncias, hormônios e alguns neurotransmissores são encontrados nos intestinos além de ser um órgão responsável pela digestão, absorção e excreção dos produtos da alimentação. A grande quantidade de neurotransmissores nos intestinos evidencia a riqueza e a complexidade do sistema nervoso abdominal, igual ao cérebro.
O cérebro, a pele e o sistema digestivo vêm da mesma origem embrionária, explicando a profunda relação direta dos intestinos (delgado e grosso) com o nosso humor, disposição, vitalidade, alegria, disposição, TPM e até mesmo estética, sendo assim afeta nossas emoções e funciona como um órgão inteligente. Você já deve ter ouvido a frase que determinada pessoa está enfezada. Hoje se sabe que 80% do nosso potencial imunológico concentra-se na mucosa intestinal, demonstrando que nossas defesas e vitalidade estão relacionadas ao bom funcionamento intestinal. Outra descoberta é que cerca de 90% da serotonina (neurotransmissor responsável pela alegria) é produzida pelo intestino, mostrando a estreita relação deste órgão com a depressão, pois a serotonina é baixa em pessoas com depressão. Uma pessoa que usa um tipo de medicamento antidepressivo que inibe a recaptação da serotonina pode em doses baixas sentir um aumento do funcionamento do intestino, mas se a dose for alta os receptores se tornam mais insensíveis e o movimento do intestino tende a parar e por consequência a pessoa sente uma desconfortável prisão de ventre. Esses efeitos não são considerados efeitos colaterais, mas sim efeitos em ambos os sistemas. Especialistas acreditam que doença de Crohn, colite ulcerativa, doença diverticular, acalásia (ausência de contrações musculares no esôfago), diabetes, Parkinson, constipação, diarreia, dispepsia e síndrome do intestino irritável
são algumas doenças que podem estar associadas a alterações neuroquímicas do sistema nervoso entérico.
O sistema nervoso entérico é conectado ao cérebro superior pela medula espinhal e pelo nervo vago. O fato de que a maioria das fibras do nervo vago estão orientadas em direção ao cérebro e de que o fluxo de mensagens do abdome para a cabeça supera em muito ao fluxo de mensagens que vai do cérebro ao trato digestivo mostra a independência desse sistema nervoso entérico. O nervo vago tem fibras nervosas que envolvem importantes funções como o batimento cardíaco, o peristaltismo intestinal, a fala e etc. Neurologistas descobriam que o sistema nervoso entérico também possui as placas das substâncias amilóides que os doentes de Alzheimer possuem no cérebro apontando futuros caminhos de pesquisa para diagnosticar a doença de alzheimer através do intestino, com a pessoa ainda em vida.
A melatonina, que inicialmente pensou-se encontrar apenas na glândula pineal, também foi demonstrada estar presente em concentrações muito mais elevadas na mucosa intestinal. Os níveis de melatonina variam de acordo com o ciclo da luz do dia, da temperatura do meio ambiente e dos alimentos ingeridos. Inúmeros estudos têm demonstrado um importante efeito da melatonina sobre a função gastrointestinal, afetando o ciclo circadiano, na regulação da motilidade e da sensibilidade intestinal, agindo no tratamento da SII, Síndrome do Intestino Irritável, da dispepsia, das cefaléias e da dor abdominal crônica. Possui ainda uma atividade anti-oxidante e protetora das células, bem como um efeito anti-inflamatório.
Para garantir o equilíbrio e o funcionamento adequado dos intestinos, deve-se consumir alimentos que favorecem o crescimento das bactérias desejáveis, principalmente fibras solúveis como aveia, cenoura, maçã com casca, etc, consumir alimentos com as próprias bactérias “boas” como kefir, tofú, iogurtes, e evitar os que favorecem o desenvolvimento da bactérias patogênicas como excesso de doces, açúcar, farinhas refinadas e o leite. A ingestão hídrica adequada, necessária para hidratação das fibras e aumento do volume do bolo fecal, e o controle da ingestão de gorduras saturadas e trans são outras atitudes que também auxiliam no bom funcionamento intestinal.
O ideal funcionamento do seu intestino é uma vez ao dia no mínimo e duas no máximo. Pessoas que vão mais vezes ao banheiro por dia, provavelmente possuem deficiência no baço e perdem potássio ocasionando em perda de memória e possível pressão alta. Cuidado, pessoas que dizem que tem o intestino funcionando como um reloginho, pode até ser, porém preste atenção se este reloginho não está atrasado. Faça o consumo de milho ou caroços de mamão e verifique se a excreção dos mesmo foi em no máximo 24 horas.
Para a medicina tradicional chinesa, existe um fenômeno que se utiliza para o controle biológico do organismo, onde acontece a circulação energética. Embora exista um fluxo energético constante e polarizado em cada meridiano ou canal de energia, sempre haverá, dependendo da hora do dia, uma quantidade maior de energia num dos canais, determinando o que se conhece como "relógio cósmico ou orgânico".
De modo geral, a cada 2 horas a energia vital concentra-se em um meridiano determinado. Esse circuito é útil para todas as técnicas ligadas à acupuntura, seja a aplicação de agulhas, a massagem ou o calor e também para verificar o bom funcionamento dos órgãos, como por exemplo, do intestino grosso, se este não está funcionando das 5 às 7 horas, estará atrasado e pode precisar ser estimulado.

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